Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda a possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.

Paulo Freire









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Somos a Gestão Voz e Movimento - 2013 do Diretório Acadêmico de Pedagogia (DAPE) da Universidade de Caxias do Sul. Representamos os estudantes de Pedagogia perante a Universidade e lutamos para dar voz aos interesses do corpo discente do curso.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"Opinião de...ZITA CANUTO" 1ª Edição

O DIRETÓRIO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA tem a honra de convidar a Coordenadora do Curso de Pedagogia Zita Canuto para a 1ª Edição do
"Opinião de..."!!!
Confiram e postem comentários!!!!
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DAPE PERGUNTA:É a Favor ou Contra o Projeto de Lei que pune a Palmada? Justifique.
ZITA RESPONDE:Sou à favor do Projeto de Lei que proibe o uso de palmadas ou outras formas de agressão, pois são necessárias medidas legais para promover mudanças efetivas e respaldar o conhecimento que as pesquisas na área da Psicologia e da Educação demonstraram desde a segunda metade do século passado. Isto é, a criança que sofre agressões tem grande probabilidade de tornar-se um adulto violento. Uma criança que é agredida por frustrar a expectativa dos adultos, aprende a agredir sempre que alguém não atende suas expectativas.
DAPE PERGUNTA:A Palmada tem o "poder" de Educar?
ZITA RESPONDE:O único poder que a palmada tem é de humilhar. Com certeza, palmadas não educam. Palmadas reprimem emoções e amedrontam as crianças que pelo seu tamanho físico jamais teríam condições de se defender. Portanto, agredir uma criança para obrigá-la a comportar-se da maneira que queremos ou para punir um comportamento que não aprovamos é um ato de covardia e não funciona jamais como um ato educativo.
Aos olhos das teorias de aprendizagem, numa abordagem comportamentalista, punir, um comportamento indesejado leva a diminuir a frequencia deste comportamento, porém para que este resultado seja obtido é necessário conhecimento da técnica e controle sobre todas as variáveis envolvidas. E, isso não é o que acontece nas relações entre pais e filhos. O que acontece é que os pais e educadores não possuem conhecimento e competencia para lidar com as situações de conflito e acabam agredindo as crianças como forma de impor seu poder e sua autoridade, com o pretexto de educar.
DAPE PERGUNTA: Cite algumas dicas de como Educar a geração atual.
ZITA RESPONDE: Reprimir impulsos, decorrentes de emoções, para que possam ser racionalizados antes da ação, é por definição, um sinal de educação e civilidade.
Desde a infância e até a adolescência esse mecanismo de contensão é externo. Em outras palavras,são os adultos que sinalizam os limites das ações às crianças e aos adolescentes,possibilitando-lhes a internalização gradual de valores humanos e desenvolvendo mecanismos internos próprios de auto controle.
Para educar é necessário:
- Dedicar tempo para acompanhar, com responsabilidade e afeto, o desenvolvimento da criança desde sua concepção;
- Planejar com cuidado tudo o que possa envolver a vida da criança evitando ao máximo que ela sofra involuções ou rupturas no curso de seu desenvolvimento;
- Cuidar e prover suas necessidades básicas: alimentação, higiene, bem estar físico e emocional;
- Ser paciente, perseverante e flexivel sem ser permissivo.Preparar uma pessoa é uma tarefa de alta complexidade;
- Ter a consciencia de que toda e qualquer ação em relação à criança estará servindo de modelo. Portanto, tudo o que fizermos com a criança ela irá reproduzir com outras pessoas;
- Compreender que quando uma criança ou qualquer pessoa,não segue as orientações que recebe, pode estar simplesmente tendo a coragem de arriscar-se por um caminho que deseja conhecer! Talvez não dê certo, mas muitas aprendizagens são realizadas assim... através dos resultados e das reflexões sobre os erros;
- Então, a dica é:
OFERECER CONDIÇÕES E PERMITIR QUE AS CRIANÇAS SE EDUQUEM À PARTIR DO NOSSO CONHECIMENTO E DO NOSSO EXEMPLO!
OBRIGADA ZITA!!!

Um comentário:

  1. Comentário de: Ana Lúcia Terres.



    Colegas, sabe que fiquei pensando sobre o tema abordado no Opinião de... “Projeto de Lei que pune a Palmada” e ao refletir sobre as experiências que já presenciei, me preocupa a interpretação que possa se ter desta lei... Quem de nós nunca levou uma palmadinha quando criança?! Isso prejudicou de alguma forma o nosso desenvolvimento?! Acredito que uma simples palmada não traga prejuízos para a educação de uma criança, muito pelo contrário, antes que pensem que sou a favor da violência já vou me explicando... Na minha opinião esta lei caberia para os casos graves de espancamentos sofridos por muitas crianças em nosso país, que passam desapercebidos muitas vezes, este sim devem ser punidos! Sem dúvida, as crianças de hoje estão cada vez mais sem limites em decorrência da permissividade dos pais ou fatores que desconhecemos, seguidamente a mídia divulga casos em que filhos, mesmo muito jovens agridem fisicamente os pais ou até mesmo matam e na maioria ficam impunes por serem “menores”. E em contrapartida um pai ou mãe que com o intuito de educar seu filho dá uma leve palmadinha será punido?! Existem coisas que realmente não entendo... Na maioria dos casos uma conversa um pouco mais séria resolve, mas sejamos realistas, existem casos em que em última instância só o que resolve é uma boa palmada.
    Abaixo a opinião de Antônio Carlos Gomes da Costa em entrevista à Zero Hora no dia 15 de Julho de 2010:

    "A punição é necessária"

    O pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa, 61 anos, foi um dos redatores do Estatuto da Criança e do Adolescente e não condena a palmada, desde que ela seja de intensidade moderada. Costa lembra que apanhava da mãe quando era pequeno e diz que “nem por isso o amor por ela diminuiu”. A seguir, trechos da entrevista a Zero Hora:

    Zero Hora – A palmada é prejudicial na educação da criança?

    Costa – O estatuto (como está) não proíbe os pais de corrigirem os filhos. Eu diria que a palmada, se aplicada com critério e moderação, não configura violação aos direitos humanos. Por exemplo, uma criança que insiste em colocar o dedo na tomada e o pai fala para ela que é perigoso, que não pode, e ela, mesmo assim insiste, dar uma pequena palmada ou uma apreensão verbal dura, o que eu acho preferível, não é “deseducativo”. A punição é necessária.

    ZH – Qual a sua opinião sobre a permissividade?

    Costa – Minha mãe muitas vezes nos deu chineladas e isso não diminuiu nem um pouco o amor e a admiração que tenho por ela. Prefiro a severidade, que os pais confrontem a criança com as consequência dos seus atos, mas sem qualquer tipo de dano, físico, psicológico ou moral, do que a permissividade.


    Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jspuf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2971973.xml



    Comentário de: Ana Lúcia Terres.

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